Juros: BC eleva selic para 14,75% ao ano

Brasília — O BC (Banco Central) elevou a taxa básica de juros, a Selic, para 14,75% ao ano. A nova taxa de juros nunciada nesta quarta-feira (7), corresponde as expectativas do mercado que previa alta de 0,5 ponto perceptual. Esse é o maior maior patamar desde agosto de 2006, quando os juros estava em 14,75% ao ano.
O novo patamar dos juros permanece vigente até junho quando deve acontecer a próxima reunião do Copom. As reuniões do comitê de política monetária acontecem a cada 45 dias.
Além da intensidade da nova alta, o foco do mercado está nos próximos passos do Banco Central. Segundo as expectativas do último boletim Focus, divulgada nesta segunda-feira (5), os analistas esperam mais uma alta de 0,25 ponto em junho. Se esse cenário se confirmar, a Selic atingirá 15%. Para a Selic ao fim do ano, a projeção é uma taxa de 14,75%. Para 2026 a previsão continua sendo de que a taxa atingirá 12,50%.
Diretores do Banco Central vêm destacando a incerteza que permeia o cenário externo desde o anúncio de uma série de tarifas pelo presidente americano, Donald Trump. Diante da falta de clareza sobre o futuro, eles sinalizam que o Copom vai abandonar o chamado forward guidance (indicativo de próximos passos) depois de maio, buscando maior flexibilidade para lidar com o cenário.
Juros nos EUA
Já nos EUA, apesar das pressões do presidente Donald Trump, O FED (Federal Reserve), o banco central americano, manteve os juros nos entre 4,25% e 4,5%, segundo decisão do Fomc ( Comitê Federal de Mercado Aberto), na sigla em inglês.
A decisão anunciada nesta quarta-feira foi a terceira seguida de manutenção da taxa, em um movimento já esperado pelo mercado em meio às incertezas geradas pela política tarifária Trump.
A diretriz da política econômica de Trump já foi citada pelo Fed como um dos desafios no trabalho da autoridade monetária em perseguir os seus objetivos de gerar emprego e controlar a inflação. Em resposta, o republicano elevou o tom ao sinalizar que poderia pedir a demissão de Powell, aumentando ainda mais a volatilidade dos mercados, que já estavam bastante inquietos por causa da disputa comercial com a China.
Trump, porém, indicou recuou ao afirmar nesta segunda-feira (5), que vai esperar o mandato do banqueiro central encerrar, no fim de 2026.
Em janeiro, no primeiro encontro de 2025, o Fed interrompeu o ciclo de cortes iniciado em setembro do ano passado, quando a taxa de juros nos EUA estava em 5,25% e 5,5%.
Mas a última declaração destacou os riscos em desenvolvimento, os quais poderiam deixar o Fed com escolhas difíceis nos próximos meses.
“A incerteza sobre as perspectivas econômicas aumentou ainda mais”, disse o FOMC ao final de uma reunião de dois dias. “O Comitê está atento aos riscos para ambos os lados de seu mandato duplo e julga que os riscos de maior desemprego e maior inflação se aumentaram”, disse o comunicado.