Saullo Vianna rebate críticas de Tarcisio à Zona Franca de Manus

Brasília – O deputado federal Saullo Vianna (União-AM), rebateu nesta sexta-feira, 8, a declaração do governador de São Paulo, Tarcísio Freitas (Republicanos), que classificou como “distorção” os incentivos à ZFM (Zona Franca de Manaus) e à indústria automobilística do Nordeste.
Vianna classificou a declaração do governador paulista como contrassenso e ataque ao modelo Zona Franca de Manaus por “partir de um estado que fica na região que mais concentra incentivos fiscais do país”, afirma em nota divulgada à imprensa.
O deputado ressalta que a desigualdade regional sempre foi a regra no país. Ainda segundo ele, estudo feito pela Consultoria do Parlamento aponta que mais de 60% das renúncias e benefícios fiscais estão concentrados nos estados do Sudeste e do Sul. “Justamente as regiões mais ricas do país. Isso, sim, é uma distorção”, afirmou Vianna.
“Muitos se negam a enxergar que o nosso modelo é uma política de desenvolvimento regional exitosa, com resultados incontestáveis na geração de empregos e na conservação ambiental”, defende. “O Brasil não pode virar as costas para uma região estratégica, onde vivem 6 milhões de brasileiros que precisam se alimentar e ter sua cidadania respeitada”, completa.
Na quarta-feira, 6, após reunião com o relator da Reforma Tributária na Câmara, Agnaldo Ribeiro (PP-PB), Tarcisio afirmou a jornalistas que pediu a Ribeiro para rever alguns pontos do texto.
Na ocasião, ele classificou a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) da ZFM e incentivos para a indústria automobilística do Nordeste como distorções. “A Cide da Zona Franca, desculpa, é algo que traz uma ineficiência muito grande. Não faz o menor sentido”, disse o governador.
Ainda segundo Tarcisio, o momento é de manter uma posição “muito firme” com relação aos prejuízos que alguns pontos da reforma vão causar para o estado de São Paulo. Ele garantiu que solicitará que os deputados de São Paulo destaquem os dois pontos citados caso as alterações não forem feitas pelo relator. “Os deputados de São Paulo que votarem a favor do texto estarão votando contra São Paulo”, declarou.
A reforma tributária aguarda nova análise da Câmara após sofrer modificações no Senado.